Para essa semana, a atuação de duas zonas de convergência de umidade influencia no acumulado para todo o Brasil, além de outros sistemas que devem ocorrer mais próximo do final de semana, englobando inclusive a região sudeste.
Na imagem 1, veja o acumulado total da semana, até a próxima segunda feira, 20.
Imagem 1 – Acumulado de sete dias de precipitação, válido para segunda feira, 20.

A ZCIT influencia as instabilidades no extremo norte do Pará, como a capital Belém, e toda a costa e parte do interior dos estados do Maranhão, Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte.
A ZCAS atuante desde a semana ada desde o sul da Bahia traz alerta para a região centro norte do país, devido a chuvas intensas e volumosas, com risco de granizo e incidência de raios por várias vezes. O sistema tende a entrar em dissipação a partir de quarta feira.
Um centro de baixa pressão no Atlântico próximo ao Rio Grande do Sul favorece grandes volumes de chuvas para o sudeste brasileiro, como São Paulo, e parte do Mato Grosso do Sul, a partir da tarde de quinta feira.
Um fato curioso é que os grandes volumes de chuvas na região norte e nordeste, conforme mencionado nos parágrafos acima, estão sendo influenciados também pela Oscilação Madden-Julian (OMJ), que se encontra hoje na fase 1, conforme a imagem 2. Essa intensificação das precipitações é potencializada pelas temperaturas elevadas no Oceano Atlântico, conforme a imagem 3, que aumenta a umidade disponível na atmosfera, resultando em chuvas mais intensas e frequentes.
Imagem 2 – Indicação do nível da Oscilação Madden Julian.

No nordeste, especialmente nas áreas oeste e sul, a fase 1 da OMJ, em conjunto com a ZCIT e canais de umidade, contribui para chuvas volumosas e intensas.
No Norte, a atuação conjunta da OMJ e ZCIT eleva o potencial de chuvas intensas e tempestades.
Imagem 3 – Anomalia de temperatura de 26 a 2 de fevereiro de 2025. Note para aumento anômalo de temperatura no oceano, na costa do nordeste.

A OMJ é um fenômeno climático caracterizado por uma propagação para leste de grandes áreas de convecção tropical, influenciando os padrões de precipitações em diversas regiões do globo, como o Brasil. Ela possui oito fases distintas, cada uma com impactos para o clima brasileiro.
Seguindo caminho oposto, no sul do Brasil praticamente não se tem chuva significativa até a manhã do dia 15. Somente no Paraná que deve registrar chuvas volumosas a partir de quinta feira, devido ao ingresso de umidade amazônica.
Pontos de atenção da semana:
- Sul da Bahia e norte de Minas Gerais até a quarta feira, devido a fortes chuvas e possibilidade de gelo em altitude (rota para Coroa do Avião, principalmente);
- Norte do Pará, especialmente a capital Belém, para grandes acumulados de chuvas;
- Costa e parte do interior do Maranhão, Piauí, Ceará e Rio Grande do norte para grandes acumulados;
- Goiás entre terça e quinta feira para grandes acumulados, principalmente no setor noroeste, como São Miguel do Araguaia (162mm de acumulado na semana);
- Brasília entre terça e quarta feira para picos de acumulados de chuvas;
- Sinop, com previsão de 117mm de acumulado na semana, com picos ocorrendo entre segunda feira até a próxima quarta feira;
- A partir da tarde de quinta feira, atenção para a região de Londrina e estado de São Paulo, para grandes acumulados de chuva e temporais
Continuando como ponto de atenção, devemos monitorar o ingresso de ventos de quadrante leste para o Rio Grande do Sul a partir de quarta feira, pois, há previsão de temperatura de 38ºC, o que facilita a formação de grandes tempestades no primeiro ingresso de umidade no continente.