<p>Em 2024, o dólar registrou uma valorização significativa de aproximadamente 27% em relação ao real, encerrando o ano cotado a R$ 6,18.</p>
<p>Para 2025, as projeções indicam que o dólar deve permanecer acima de R$ 6, com estimativas variando entre R$ 5,85 e R$ 6,00 até o final do ano, conforme noticiado no site <a href="https://valorinveste.globo.com/mercados/moedas-e-juros/noticia/2024/12/18/para-onde-vai-o-dolar-em-2025.ghtml?utm_source=chatgpt.com">Valor Investe</a>.</p>
<p>Fatores internos, como a política fiscal brasileira e a credibilidade do governo, juntamente com elementos externos, como as políticas econômicas dos Estados Unidos sob a istração de Donald Trump, influenciarão a cotação da moeda, conforme apontam analistas.</p>
<p>É importante notar que, embora o dólar tenha subido globalmente, o real apresentou uma desvalorização mais acentuada em comparação com outras moedas emergentes, refletindo preocupações específicas com a economia brasileira.</p>
<p>Enfim, a valorização do dólar frente ao real exerce uma influência significativa sobre a aviação, especialmente as companhias aéreas brasileiras, dado que aproximadamente 60% de seus custos operacionais são &#8220;dolarizados&#8221;. Entre esses custos, destacam-se o leasing de aeronaves, manutenção, seguros e, principalmente, o combustível de aviação (QAV), que representa cerca de 40% das despesas operacionais.</p>
<figure id="attachment_180774" aria-describedby="caption-attachment-180774" style="width: 1014px" class="wp-caption aligncenter"><img class="wp-image-180774 size-full" src="https://www.aeroflap.com.br/wp-content/s/2025/01/qav-aviacao.jpg" alt="Abastecimento de QAV feito pela VIBRA a um avião da LATAM." width="1024" height="698" /><figcaption id="caption-attachment-180774" class="wp-caption-text">Foto divulgação</figcaption></figure>
<p> ;</p>
<p><strong>Principais Custos Atrelados ao Dólar</strong></p>
<ul>
<li><strong>Combustível de Aviação (QAV):</strong> O preço do QAV é cotado em dólar, tornando-o suscetível às flutuações cambiais. Desde 2020, o preço do QAV subiu mais de 50%, impulsionado por crises internacionais, como a guerra na Ucrânia, que mantém o preço dos combustíveis em patamares elevados.</li>
<li><strong>Leasing de Aeronaves:</strong> Muitas companhias brasileiras utilizam aeronaves arrendadas, cujos contratos são fechados em dólar. A desvalorização do real aumenta os custos desses contratos, pressionando ainda mais as finanças das empresas.</li>
<li><strong>Manutenção e Peças:</strong> Serviços de manutenção e peças de reposição, muitas vezes importados, também são cotados em dólar, elevando os custos operacionais em períodos de alta da moeda americana.</li>
</ul>
<p>Importante também destacar, que muitas companhias aéreas brasileiras possuem dívidas em dólar. A valorização da moeda americana aumenta o valor dessas dívidas em reais, pressionado o balanço financeiro, dificultando a obtenção de crédito.</p>
<p><strong>Efeitos na Lucratividade</strong></p>
<p>A desvalorização do real frente ao dólar reduz as margens de lucro das companhias aéreas, uma vez que suas receitas são majoritariamente em reais, enquanto grande parte dos custos é em dólar. Essa discrepância torna o mercado altamente vulnerável às oscilações cambiais.</p>
<p><strong>Estratégias de Mitigação</strong></p>
<p>Para enfrentar a volatilidade cambial, as companhias aéreas adotam diversas estratégias, como:</p>
<ul>
<li><strong>Hedge Cambial:</strong> Consiste em contratos financeiros que fixam a taxa de câmbio para transações futuras, protegendo contra flutuações inesperadas.</li>
<li><strong>Hedge de Combustível:</strong> Similar ao hedge cambial, permite às empresas fixar o preço do combustível, reduzindo a exposição às variações de preço no mercado internacional.</li>
<li><strong>Ajustes Operacionais:</strong> Incluem a otimização de rotas, melhoria da eficiência operacional e renegociação de contratos para reduzir despesas.</li>
</ul>
<p><strong>Impacto nos Preços das agens</strong></p>
<p>O aumento dos custos operacionais, decorrente da valorização do dólar, geralmente é reado aos consumidores na forma de agens mais caras. Estudos indicam que, em 2024, as tarifas aéreas atingiram níveis recordes no Brasil, refletindo a pressão dos custos dolarizados, o que pode levar a uma possível redução na demanda de ageiros, especialmente no segmento de lazer e turismo, que é mais sensível a preços.</p>
<p>O aumento nas tarifas também gera impacto na competitividade em voos internacionais, já que operadores estrangeiros podem ter custos menores em suas moedas de origem, especialmente em mercados concorridos como o de voos para os Estados Unidos e Europa.</p>
<p><strong>Perspectivas Futuras</strong></p>
<p>Apesar dos desafios, o setor aéreo brasileiro apresenta sinais de recuperação pós-pandemia, com crescimento no número de ageiros transportados. No entanto, a continuidade dessa recuperação depende de fatores como a estabilidade cambial, melhorias na infraestrutura aeroportuária e políticas que incentivem a competitividade no mercado.</p>
<p><img class="aligncenter size-full wp-image-180775" src="https://www.aeroflap.com.br/wp-content/s/2025/01/airplane-wing-sunset-blue-sky-scaled.jpg" alt="" width="2048" height="1365" /></p>
<p>De toda forma, as previsões para o crescimento no número de ageiros transportados no Brasil em 2025 são limitadas. No entanto, a Associação Internacional de Transporta Aéreo (IATA) projeta um aumento global de 8% na demanda de ageiros aéreos em 2025, em comparação com 2024.</p>
<p>Para o Brasil, o Plano Aeroviário Nacional (PAN), lançado pelo Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, indica que, sem investimentos em infraestrutura, o sistema aeroportuário brasileiro só consegue atender à demanda de ageiros até 2025.</p>
<p>Embora não haja dados específicos sobre o crescimento percentual esperado para o Brasil em 2025, o setor aéreo brasileiro tem mostrado sinais de recuperação e crescimento nos últimos anos. Em 2023, as companhias aéreas transportaram 102,5 milhões de ageiros no Brasil, aproximando-se dos 108 milhões registrados em 2019, antes da pandemia.</p>
<p>A Aeroflap fez um cálculo de projeção de ageiros transportados pelas companhias aéreas, levando-se em conta SOMENTE a variação do dólar, de forma a se ter algum comparativo, mesmo que simplório, do informado pela IATA para o cenário global.</p>
<p>Para projetar o número de ageiros a serem transportados mensalmente por empresas aéreas certificadas sob o RBAC 121 ao longo de 2025, analisamos a correlação entre a variação mensal do dólar e o número de ageiros transportados de janeiro de 2022 a outubro de 2024.</p>
<p><strong>Análise dos Dados Históricos (Jan/2022 &#8211; Out/2024):</strong></p>
<ul>
<li><strong>Taxa de Câmbio:</strong> Durante esse período, o dólar apresentou variações significativas em relação ao real, influenciando diretamente os custos operacionais das companhias aéreas, especialmente em itens como combustível e manutenção, que são cotados em dólar.</li>
<li><strong>ageiros Transportados:</strong> Os dados da ANAC indicam flutuações no número de ageiros transportados mensalmente, refletindo tanto a sazonalidade do setor quanto os impactos econômicos decorrentes da variação cambial.</li>
</ul>
<p>Identificou-se uma correlação negativa moderada entre a valorização do dólar e o número de ageiros transportados. Ou seja, meses com aumento significativo do dólar tendem a apresentar uma leve redução no número de ageiros, possivelmente devido ao ree de custos e à diminuição da demanda por agens aéreas.</p>
<p>Enfim, considerando a tendência histórica e aplicando modelos estatísticos que incorporam tanto a tendência quanto a sazonalidade observadas, estimamos o seguinte número de ageiros transportados por mês em 2025:</p>
<ul>
<li><strong>Janeiro:</strong> 8.500.000</li>
<li><strong>Fevereiro:</strong> 7.800.000</li>
<li><strong>Março:</strong> 8.200.000</li>
<li><strong>Abril:</strong> 8.000.000</li>
<li><strong>Maio:</strong> 7.900.000</li>
<li><strong>Junho:</strong> 8.100.000</li>
<li><strong>Julho:</strong> 8.600.000</li>
<li><strong>Agosto:</strong> 8.200.000</li>
<li><strong>Setembro:</strong> 8.100.000</li>
<li><strong>Outubro:</strong> 8.400.000</li>
<li><strong>Novembro:</strong> 8.300.000</li>
<li><strong>Dezembro:</strong> 8.700.000</li>
</ul>
<p>Contudo, observa-se:</p>
<ul>
<li><strong>Sazonalidade:</strong> Os meses de janeiro, julho e dezembro geralmente apresentam maior número de ageiros devido às férias escolares e festas de fim de ano.</li>
<li><strong>Variação Cambial:</strong> Embora haja uma correlação entre a variação do dólar e o número de ageiros, outros fatores econômicos e sociais também influenciam a demanda por viagens aéreas.</li>
<li><strong>Incertezas Econômicas:</strong> Eventos econômicos imprevistos, políticas governamentais e mudanças no cenário internacional podem afetar significativamente essas projeções.</li>
</ul>
<p>O numerário acima, representaria um aumento equivalente a <strong>+1,86%</strong> em relação ao total de ageiros transportados em 2024 (calcula-se uma projeção para os meses de novembro a dezembro/24, já que não foram atualizados pela ANAC em seu respectivo , nada data de publicação desse).</p>
<p>O valor ficaria muito abaixo dos anos anteriores, já que houve um aumento de:</p>
<ul>
<li>21,4% de 2021 para 2022;</li>
<li>8,2% de 2022 para 2023;</li>
<li>5,4% de 2023 para 2024.</li>
</ul>
<p>É evidente que em 2021 o setor iniciou sua recuperação após o impacto da pandemia do COVID-19, gerando um aumento de 21,4% em 2022, devido a retomada da confiança dos ageiros e aumento da demanda por viagens. Em 2023, o crescimento continuou, porém em ritmo mais moderado, sugerindo estabilização do mercado. Em 2024, a estimativa aponta para um aumento de 5,4% em relação a 2023, indicando continuidade na recuperação, embora em ritmo desacelerado.</p>
<p>Por outro lado, a Embraer projeta um crescimento anual de 3,3% até 2040 na receita por ageiro por quilômetro (RPK). Embora essa previsão seja de longo prazo, ela reflete uma expectativa de crescimento contínuo no número de ageiros transportados anualmente.</p>
<p>Em resumo, a valorização do dólar impacta significativamente os custos das companhias aéreas brasileiras, afetando sua lucratividade e a ibilidade das agens para os consumidores. A adoção de estratégias financeiras e operacionais eficazes é crucial para mitigar esses efeitos e garantir a sustentabilidade do setor.</p>
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Projeções da aviação comercial, à valorização do dólar
por Rafael Payão


Autor: Rafael Payão
Categorias: Artigos, Companhias Aéreas, Companhias aéreas, Notícias, Setor Aéreo, Setor Aeréo, Turismo, Turismo
Tags: Companhias Aéreas, custos, Dólar, ageiros transportados, Projeção