Após uma longa espera, a Ucrânia finalmente recebeu os primeiros de 80 caças F-16 Fighting Falcon doados pelos Estados Unidos e principalmente seus parceiros na OTAN. A chegada dos aviões vem quase dois anos e meio depois do país ter sido invadido pela Rússia.
Falando em condição de anonimato, fontes familiarizadas com o assunto confirmaram ao Bloomberg que os primeiros jatos foram entregues à Força Aérea Ucraniana (UAF) e já estão no país. Ainda não se sabe o número exato de F-16 entregues para Kiev, variando entre quatro a seis aeronaves, um pequeno lote inicial.
Embora fontes oficiais ainda não tenham confirmado as informações, no último dia 10/07 os governos dos Estados Unidos, Noruega e Dinamarca afirmaram em nota conjunta que a transferência dos aviões para a Ucrânia já estava em andamento. No comunicado, os países apontaram que os F-16 já estariam em condições operacionais até o final do verão (no hemisfério norte).

A chegada dos ‘novos’ caças para os Ucranianos vem pouco mais de um ano após a formação da coalizão formada para fornecer os aviões e formar técnicos e pilotos ucranianos para operá-los. A iniciativa foi tomada pela Holanda e Dinamarca. Em seguida, Bélgica, Canadá, Luxemburgo, Noruega, Polônia, Portugal, Romênia, Suécia e Reino Unido juntaram-se ao grupo, mais tarde complementado pelos EUA e Grécia.
Antes da entrega dos aviões, dezenas de militares ucranianos, entre pilotos de caça e pessoal técnico, receberam treinamento na Europa e nos Estados Unidos. Agora, os aviadores e técnicos poderão empregar o mais popular avião de caça no mundo para contra-atacar tropas da Rússia. Moscou já tem uma mira nas possíveis bases ucranianas que poderão receber os F-16. A aeronave também a a ser um alvo de interesse.
Ainda que o F-16 forneça mais capacidades que os já veteranos MiG-29 Fulcrum e Su-27 Flanker da Força Aérea Ucraniana, ele não é nenhuma “virada de chave” no conflito, que também não tem qualquer perspectiva de um fim. Em entrevista ao Aeroflap, o professor de Relações Internacionais da UniRitter João Gabriel Burmann da Costa explica que o F-16 é uma vantagem, mas que não afeta a balança de poder.
A Ucrânia deve receber entre 80 e 85 F-16. Os jatos serão doados pela Holanda, Dinamarca, Bélgica e Noruega. Também é possível que esse número ultrae as 100 unidades, com recentes declarações da Grécia aventando a possibilidade de doar 32 caças. Ao mesmo tempo, Kiev também tem interesse e outros modelos, como os Dassault Mirage 2000 da França e os suecos Saab Gripen.