Entendendo os mínimos operacionais de IFR

Voo operação IFR

<p>Não faz muito tempo que houve mudanças significativas nos mínimos operacionais de aeródromo para operação IFR&period; Algumas pessoas de maneira simplista&comma; afirmam que a mudança se resume ao fato de que o teto não é mais considerado como mínimo operacional&comma; na verdade as mudanças são muito mais profundas&period; Este artigo visa expor de forma resumida os novos mínimos operacionais tanto de aeródromos com os novos mínimos de SID&period;<&sol;p>&NewLine;<p><strong>MÍNIMOS OPERACIONAIS IFR DE AERÓDROMO<&sol;strong><&sol;p>&NewLine;<p>A TWR&comma; levando em conta a avaliação das condições meteorológicas nos setores de aproximação e decolagem&comma; é responsável pela aplicação dos mínimos operacionais IFR de aeródromo e informar ao APP para melhor coordenação de tráfego&period;<&sol;p>&NewLine;<ul>&NewLine;<li><strong>MÍNIMOS OPERACIONAIS IFR PARA POUSO<&sol;strong><&sol;li>&NewLine;<&sol;ul>&NewLine;<p>O Brasil até 2018 era um dos poucos países do mundo que considerava teto como mínimo operacional para pouso&comma; além é claro da VIS ou RVR&period; A partir de então&comma; o DECEA com base no Doc&period;8168 PANS&sol;OPS&sol;611 da ICAO&comma; tomou a decisão de somente usar a VIS ou RVR como mínimos operacionais para procedimentos IFR para pouso&period;<&sol;p>&NewLine;<p>É importante destacar que a segurança das operações de aproximação e pouso é garantida pelo estabelecimento de um limite de descida na aproximação final&comma; denominado MDA &lpar;Altitude Mínima de Descida&rpar; para procedimentos NPA &lpar;Aproximação de Não Precisão&rpar; e DA &lpar;Altitude de Decisão&rpar; ou DH &lpar;Altura de Decisão&rpar; para procedimentos APV &lpar;Aproximação com Guia Vertical&rpar; e&sol;ou PA &lpar;Aproximação de Precisão&rpar;&period;<&sol;p>&NewLine;<p>Quando um órgão ATC informar mínimos meteorológicos inferiores aos estabelecidos na IAC &lpar;Carta de Aproximação por Instrumentos&rpar;&comma; o piloto em comando poderá&comma; a seu critério&comma; e após cientificar o órgão ATC de sua decisão&comma; executar somente o procedimento de aproximação por instrumentos para pouso direto previsto na carta&comma; ficando vedada a execução de procedimentos de aproximação para circular&period;<&sol;p>&NewLine;<p>Entretanto&comma; a descida no procedimento para pouso direto estará limitada à altitude da MDA ou DA&sol;DH&comma; somente podendo o piloto prosseguir para pouso caso estabeleça contato visual com a pista ou com as luzes de aproximação &lpar;ALS&rpar;&period; Se isso não ocorrer&comma; deverá&comma; obrigatoriamente&comma; iniciar o procedimento de aproximação perdida antes ou no ponto de início desse procedimento&period;<&sol;p>&NewLine;<p>Em consequência disto&comma; recomenda-se aos pilotos que façam uma avaliação criteriosa&comma; quando tenham que decidir por uma operação marginal&comma; a qual será realizada sob sua total responsabilidade&period;<&sol;p>&NewLine;<p>Esses parâmetros estão associados ao avistamento da pista&comma; quando a aeronave atingir essas altitudes na distância da visibilidade estabelecida para sua categoria&period;<&sol;p>&NewLine;<p>As aeronaves pertencentes ao Transporte Aéreo Público &lpar;RBAC 121&comma; 129 e 135&rpar;&comma; por força de legislação&comma; não é permitido executar o procedimento de aproximação quando o órgão ATC informar que o aeródromo opera abaixo dos mínimos IFR&period;<strong> <&sol;strong><&sol;p>&NewLine;<ul>&NewLine;<li><strong>MÍNIMOS OPERACIONAIS IFR PARA DECOLAGEM<&sol;strong><&sol;li>&NewLine;<&sol;ul>&NewLine;<ul>&NewLine;<li><strong>Regras Gerais<&sol;strong><&sol;li>&NewLine;<&sol;ul>&NewLine;<p>Os mínimos operacionais IFR para decolagem são subdivididos em dois tipos&colon; mínimos de aeródromos e mínimos de SID&period;<strong> <&sol;strong><&sol;p>&NewLine;<ul>&NewLine;<li><strong>Mínimos de Aeródromo<&sol;strong><&sol;li>&NewLine;<&sol;ul>&NewLine;<p>Os mínimos de aeródromo determinam os menores valores issíveis de visibilidade para decolagem&period; Esse conceito está relacionado ao movimento da aeronave pelas pistas de táxi&comma; bem como à manobra de decolagem&period; O estabelecimento do valor mínimo de visibilidade depende dos recursos disponíveis no aeródromo&comma; e em casos específicos&comma; o uso do HGS &lpar;Head-up Guidance System&rpar; pelas aeronaves que possuem tal sistema&period;<&sol;p>&NewLine;<ul>&NewLine;<li><strong>Mínimos de SID<&sol;strong><&sol;li>&NewLine;<&sol;ul>&NewLine;<p>A carta SID &lpar;Carta de Saída por Instrumentos – Standard Instruments Departure&rpar; tem por objetivo proteger as aeronaves de obstáculos&period;<&sol;p>&NewLine;<p>A visibilidade mínima da SID&comma; conforme o PANS&sol;OPS&comma; será definida pela menor distância entre o final da pista de decolagem e o obstáculo que determina a necessidade do estabelecimento dos mínimos&period; O teto será definido pela altura do obstáculo em relação à elevação do aeródromo ou outro valor suficiente para início do segmento IMC do voo de maneira segura&period;<&sol;p>&NewLine;<p>Os mínimos de SID somente serão aplicáveis e publicados em carta se não for possível estabelecer uma superfície de identificação livre de obstáculos ou quando o gradiente calculado for considerado inaceitável do ponto de vista operacional&period;<&sol;p>&NewLine;<p>Quando houver mínimo de SID estabelecido&comma; estes prevalecerão sobre os mínimos de aeródromo&comma; por ocasião da utilização da SID para a qual os mínimos foram estabelecidos&period; Por outro lado&comma; quando determinada SID não possuir mínimos específicos&comma; deverão ser aplicados os mínimos de aeródromo&period;<&sol;p>&NewLine;<p>Os mínimos de SID incluem os valores de teto e visibilidade mínimos necessários para iniciar a decolagem e podem incluir também uma altitude ou fixo&sol;waypoint até onde a aeronave deverá se manter sob VMC ou com referências visuais a fim de evitar obstáculos&period;<&sol;p>&NewLine;<ul>&NewLine;<li><strong>Mínimos Regulares para Decolagem<&sol;strong><&sol;li>&NewLine;<&sol;ul>&NewLine;<p>Os requisitos necessários para determinar os mínimos de aeródromo para decolagem não exigem teto&period;<&sol;p>&NewLine;<p>Os mínimos regulares para decolagem são de dois tipos&comma; para aeronaves monomotoras e para aeronaves com dois ou mais motores&period; Tais mínimos são estabelecidos pelo menor valor issível para iniciar uma decolagem IFR de um aeródromo operando por instrumentos&period;<&sol;p>&NewLine;<ul>&NewLine;<li><strong>Para Aeronaves Monomotoras <&sol;strong><&sol;li>&NewLine;<&sol;ul>&NewLine;<p>As aeronaves monomotoras somente poderão decolar sob IFR se a condição meteorológica de visibilidade ou RVR for igual ou superior ao mínimo estabelecido na IAC para pouso do aeródromo de decolagem&comma; considerando sua respectiva categoria e a pista em uso&period; Naturalmente os auxílios à navegação e sistemas de Iluminação devem estar em funcionamento e a direção e velocidade do vento devem permitir uma aproximação direta para a pista em uso&comma; no caso de regressar ao aeródromo de partida&period;<&sol;p>&NewLine;<ul>&NewLine;<li><strong>Para Aeronaves com Dois ou Mais Motores<&sol;strong><&sol;li>&NewLine;<&sol;ul>&NewLine;<p>As tabelas abaixo indicam os valores mínimos de visibilidade e os requisitos para determinação dos mínimos de aeródromo para aeronaves com dois ou mais motores&colon;<&sol;p>&NewLine;<p style&equals;"text-align&colon; center&semi;"><img class&equals;"alignnone wp-image-171691 size-full" src&equals;"https&colon;&sol;&sol;www&period;aeroflap&period;com&period;br&sol;wp-content&sol;s&sol;2024&sol;04&sol;ifr2-1&period;jpeg" alt&equals;"Voo IFR" width&equals;"1600" height&equals;"1289" &sol;><&sol;p>&NewLine;<p style&equals;"text-align&colon; center&semi;"><img class&equals;"alignnone wp-image-171693 size-full" src&equals;"https&colon;&sol;&sol;www&period;aeroflap&period;com&period;br&sol;wp-content&sol;s&sol;2024&sol;04&sol;ifr3&period;jpeg" alt&equals;"Voo IFR" width&equals;"1600" height&equals;"706" &sol;><&sol;p>&NewLine;<p><strong>Legendas utilizadas nas tabelas<&sol;strong><strong> <&sol;strong><&sol;p>&NewLine;<p><strong>VIS<&sol;strong> &lpar;Visibilidade – <em>Visibility&rpar;<&sol;em><&sol;p>&NewLine;<p><strong>RVR <&sol;strong>&lpar;Alcance Visual da Pista – <em>Runway Visual Range&rpar;<&sol;em><&sol;p>&NewLine;<p><strong>HGS<&sol;strong> &lpar;Sistema de Orientação com Visão Virtual &&num;8211&semi; <em>Head-up Guidance System&rpar;<&sol;em><&sol;p>&NewLine;<p><strong>RCLL<&sol;strong> &lpar;Luzes de eixo de pista &&num;8211&semi;<em>Runway Centerline Lights&rpar;<&sol;em><&sol;p>&NewLine;<p><strong>RCLM<&sol;strong> &lpar;Marcação de eixo de pista &&num;8211&semi; <em>Runway Centerline Marking&rpar;<&sol;em><&sol;p>&NewLine;<p><strong>REDL<&sol;strong> &lpar;Luzes de borda de pista &&num;8211&semi; <em>Runway Edge Lights&rpar;<&sol;em><&sol;p>&NewLine;<p><strong>HIRL<&sol;strong> &lpar;Luzes de pista de alta intensidade – &lpar;<em>High-Intensity Runway Lights&rpar;<&sol;em><&sol;p>&NewLine;<p><strong>TDZ<&sol;strong> &lpar;Zona de Toque – <em>Tochdown Zone&rpar;<&sol;em><&sol;p>&NewLine;<p><strong>MID<&sol;strong> &lpar;Pto Médio da RWY &&num;8211&semi; Middle&rpar;<&sol;p>&NewLine;<p><strong>RO <&sol;strong>&lpar;Pto próximo a cabeceira oposta da RWY – <em>Rollout&rpar;<&sol;em><&sol;p>&NewLine;<p><strong>FATO<&sol;strong> &lpar;Área de aproximação final e decolagem &&num;8211&semi; <em>Take-off and Final Approach Area&rpar;<&sol;em><&sol;p>&NewLine;<p><strong>RTODAH<&sol;strong> &lpar;Distância de decolagem abortada disponível para helicópteros &&num;8211&semi;<&sol;p>&NewLine;<p><em>Aborted Take-Off Distance Available for Helicopters&rpar;<&sol;em><&sol;p>&NewLine;<p>Quando as operações ocorrerem abaixo de RVR 350m exigem barras de parada instaladas em todas as posições de espera da pista&period;<&sol;p>&NewLine;<p>Quando dois ou mais sensores RVR estiverem instalados&comma; as leituras de todos eles deverão ser iguais ou superiores ao mínimo estabelecido conforme os respectivos valores indicados nas tabelas anteriores&period;<strong> <&sol;strong><&sol;p>&NewLine;<ul>&NewLine;<li><strong>CRITÉRIOS PARA DETERMINAÇÃO DO AERÓDROMO DE ALTERNATIVA DE DECOLAGEM<&sol;strong><strong style&equals;"font-size&colon; inherit&semi;"> <&sol;strong><&sol;li>&NewLine;<&sol;ul>&NewLine;<p>Todas as vezes que uma aeronave de dois ou mais motores for decolar de um aeródromo cuja condição visibilidade esteja inferior ao mínimo estabelecido na IAC para sua categoria e a pista em uso&comma; deverá ser declarado um aeródromo alternativa de decolagem &lpar;TALT&rpar; no item 18 do plano de voo&period;<&sol;p>&NewLine;<p>Deverá ser indicado no Plano de voo&comma; pelo menos&comma; um aeródromo de alternativa de decolagem &lpar;TALT&rpar; localizado dentro das seguintes distâncias em relação ao aeródromo de origem&colon;<&sol;p>&NewLine;<ul>&NewLine;<li>Aeronaves com dois motores<&sol;li>&NewLine;<&sol;ul>&NewLine;<p>O aeródromo de alternativa de decolagem deverá estar localizado a não mais que uma hora de voo&comma; em velocidade normal de cruzeiro&comma; em ar calmo&comma; considerando um motor inoperante&period;<&sol;p>&NewLine;<ul>&NewLine;<li>Aeronaves com três ou mais motores<&sol;li>&NewLine;<&sol;ul>&NewLine;<p>O aeródromo de alternativa de decolagem deverá estar localizado a não mais que duas horas de voo&comma; em velocidade normal de cruzeiro&comma; em ar calmo&comma; considerando um motor inoperante&period;<&sol;p>&NewLine;<p>A condição meteorológica predominante&comma; no aeródromo de alternativa para decolagem&comma; em termos de RVR ou visibilidade&comma; deverá ser igual ao superior ao mínimo<&sol;p>&NewLine;<p>estabelecido na respectiva IAC disponível para uso&comma; considerando a pista em uso e a categoria da aeronave&period;<&sol;p>&NewLine;<p>Este conhecimento é fundamental&comma; quando operando IFR&comma; até mesmo em condições adversas&period; Para aprofundamento do assunto&comma; recomendamos o conteúdo do livro Refreshment de Regulamento de Tráfego Aéreo para PC&sol;IFR&sol;PLA – 4ª edição do prof&period; Aroldo Soares&comma; disponível na versão impressa <a href&equals;"https&colon;&sol;&sol;www&period;eaereo&period;com&period;br&sol;produto&sol;refreshment-de-regulamento-de-trafego-aereo-para-pc-ifr-pla-prof-soares">https&colon;&sol;&sol;www&period;eaereo&period;com&period;br&sol;produto&sol;refreshment-de-regulamento-de-trafego-aereo-para-pc-ifr-pla-prof-soares<&sol;a>&comma; na versão e-book e em videoaulas<&sol;p>&NewLine;<p><a href&equals;"https&colon;&sol;&sol;www&period;espacoaereo&period;com&sol;e-book">https&colon;&sol;&sol;www&period;espacoaereo&period;com&sol;e-book<&sol;a><&sol;p>&NewLine;<p><span style&equals;"font-size&colon; 14pt&semi;"><strong>Sobre o autor&colon;<&sol;strong><&sol;span><&sol;p>&NewLine;<p><strong>Prof&period; Me&period; Aroldo Soares<&sol;strong><&sol;p>&NewLine;<p>Diretor de Produtos na Espaço Aéreo&comma; Autor e Prof&period; de&colon; Regulamento de Tráfego Aéreo e Navegação Aérea&period; Mais de 20 Mil Livros vendidos&comma; 30 Anos como controlador de Tráfego Aéreo&comma; 35 Anos como professor em Universidades&comma; Cias Aéreas e Escolas de Aviação&period; Mestre em Segurança de Voo e Navegação Continuada pelo ITA&period;<&sol;p>&NewLine;<p style&equals;"text-align&colon; center&semi;"><img class&equals;"alignnone size-medium wp-image-171694" src&equals;"https&colon;&sol;&sol;www&period;aeroflap&period;com&period;br&sol;wp-content&sol;s&sol;2024&sol;04&sol;Prof-Soares-300x295&period;jpeg" alt&equals;"Prof&period; Me&period; Aroldo Soares" width&equals;"300" height&equals;"295" &sol;><&sol;p>&NewLine;

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Autor: Espaço Aéreo

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Categorias: Aeronaves, Artigos, Notícias, Rotativa, Setor Aéreo, Setor Aeréo

Tags: Espaço Aéreo, IFR

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